segunda-feira, 8 de janeiro de 2024

LXXVI - Grateful!


"E mesmo os que estavam lá
Comigo já não estão mais
Sei que não posso esmorecer também
E é só mais essa vez...
Não vai ter outra vez..."

                                "Caminho Não Tem Fim" - Fresno
 

A versão curta disso tudo que vou escrever agora, para você que não quer ler um texto enorme (e com razão), é apenas um muito, muito obrigado mesmo, do fundo do coração. 
Ter me dado a oportunidade de ter feito parte da sua vida foi muito especial para mim e vou guardar no coração para o resto da minha existência.

Acho que demorei um pouco mais do que deveria para escrever isso porque as coisas ainda estavam muito embaralhadas, na real ainda estão, só estão um pouco menos agora. 
Tentei várias vezes mas não conseguia passar o que eu queria e isso acabou sendo um exercício frustrante, o que causou essa morosidade... Acredito que ainda não vá conseguir passar tudo, até porque estou tentando ser lacônico (que eu sei o quanto é difícil para mim, e eu juro que é o máximo que eu consegui), mas tirar grande parte desse peso já é bastante coisa.
Enfim, acho que essa vai ser a vez que mais pessoas vão ter acesso a um texto meu e isso se deve a apenas a um motivo, é um texto que cabe para qualquer um que estiver tendo acesso a ele (apesar de que será divido em dois e uma parte acaba sendo meio sem sentido para as pessoas lerem).

A primeira parte são coisas que gostaria de ter falado e não pude para a Vanessa, então mesmo que ela nunca chegue a ter acesso a isso, pelo menos eu quero ter tido a oportunidade de ter tirado isso do meu peito. Então o texto vai ser diretamente para ela, como se estivesse olhando para ela, apesar de que é um texto pra internet, então meio que vão ficar coisas de fora e principalmente detalhes.
"Eu só queria te dizer muito, muito obrigado. Você realmente me deu a oportunidade de ter feito parte da sua vida e você da minha, e vou levar isso no coração e também em quem eu sou. Passei minha fase adulta inteira contigo, não posso fingir que nada aconteceu, já é parte de quem eu sou e, por mais que a gente não queira, isso é real...
Eu achava que eu ia passar o resto da vida contigo, nos planejamos para isso e montamos nossa vida em função disso. A gente tinha um lar, a gente tinha os três pamonhas e pensávamos bastante no que iríamos fazer no futuro... Eu acreditava que a gente conseguiria se entender, se a gente mudasse determinadas coisas... Tentamos várias coisas e várias vezes, mas acho que determinadas coisas corroeram demais o relacionamento e acabou que não foi possível, muito porque errei centenas de vezes e você, querendo ou não, também.
Sinto que minha inquietação, a guerra dentro de mim foi o que mais prejudicou nosso relacionamento e, na real, a maior parte dos meus relacionamentos. O pior é que ainda estou entendendo isso e está sendo um processo longo, difícil e doloroso. Acredito que minha dificuldade em ter noção espacial da minha pessoa e não gostar de me enxergar com olhos de terceiros foram só agravantes, que dificultaram em propor determinas coisas como tirar um dia pra dançar, por exemplo.
Acho que você nunca acreditou que gostava mesmo de você, não importa a quantidade de carinho direto ou indireto que demonstrava. Fazer seu café, encher sua água mesmo sem pedir, te fazer massagem no pé, etc... Mesmo quando fazia algo para alguém próximo a você, também era uma demonstração de carinho da minha parte para ti... Acho que você não conseguia enxergar essas coisas também...
Mas eu também tenho culpa, determinadas coisas que não conseguia enxergar na época, hoje eu consigo e também determinadas coisas que achei que não seriam possíveis na época, vi que são. Parei completamente com os tóxicos, sejam eles quais forem, por exemplo.
Eu penso que entendo o quão doloroso deva ter sido para ti, eu não sou uma pessoa fácil de lidar e acaba que tudo fica muito intenso comigo, acabo machucando todo mundo (meu psicólogo disse que faço minhas relações basearem-se em minha disponibilidade e isso acaba cansando muito e estressando, porque estar sempre disponível é cansativo e isso vira uma redemoinho) e você se sacrificou muito e deixou muita coisa para trás (e não falo nem das coisas que você deixou no apartamento, até porque o que eu tinha separado eram coisas que enxergava como suas, era para você ter dado mais uma geral no apartamento todo, separando o que enxergava que era nosso e, pelo menos, dividido tipos os 'pratos chiques'. Mas acho que agora não importa e nem faz diferença). Eu queria te dizer que também deixei várias coisas para trás, várias pessoas importantes para mim... Os três pamonhas, Marn, Ana, Florinha, sua mãe, Teff, Igor, Fernando, Bia, Victor e muito, muito mais gente que estão atreladas e atravessadas em relação a ti e não queria dizer um adeus a essas pessoas, é muito doloroso... Não queria que elas ficassem tristes comigo também, mas não tem muito o que fazer além de me afastar (inclusive, por você).
E só queria comentar que perder os três pamonhas está sendo uma experiência difícil, por mais que saiba que eles estão bem é difícil uma noite que não sonhe com eles ou um dia que não chore... Não só por eles...
Você pode acreditar em mim ou não...
Não acho que a gente desmanchou da melhor forma possível... Você é uma pessoa incrível de muitas maneiras, você me fez um ser-humano melhor e conquistei coisas e experiências contigo que achei que nunca seriam possíveis (o Veganismo, virar programador, viajar pra ir ver o Nino e Jaque, pegar a palheta do Linkin Park são alguns bons exemplos). Espero, de coração, que encontre a felicidade, espero que resolva determinados pontos que não te deixam acha-la, que supere essas barreiras e que isso aconteça o mais rápido possível.
Eu queria falar que farei o possível para isso, e, no momento, o possível é não entrar em contato contigo, é te deixar livre com suas escolhas e, na real, acho que agora já até deva estar bem com tudo isso.
Da minha parte só reforço meu agradecimento e quando, e se, você estiver pronta e quiser conversar, estarei aqui. Mesmo que isso nunca aconteça, está tudo bem...
Por fim, quero só dizer que estarei aqui para qualquer coisa, não importa o que ocorra, você ainda pode contar com meu apoio e eu sei que você sabe disso.
Muito, muito obrigado mesmo, de coração e adeus."

Agora para você que provavelmente está entre as pessoas mencionadas no texto acima, ou talvez não ¯\_(ツ)_/¯
"Eu não queria e nem quero dizer adeus a nenhum de vocês, mas 'às vezes soluções não são tão simples, às vezes o adeus é o único jeito'... 
Não, eu não quero dizer isso. 
Eu prefiro um até logo, esse logo pode não ser tão logo, bem como, esse logo pode nunca chegar (e eu adoro a anáfora com a palavra logo, sorry). Por mais clichê que seja (eu sou uma drama queen, então é natural usar clichês). Como escrevi no texto acima, não posso fingir que vocês nunca fizeram parte da minha vida, que nenhum de vocês faz parte de quem eu sou, mas também não posso fingir que está tudo bem.
A maioria de vocês eu acredito que nunca mais vá ver, mas 'um dia eu espero te reencontrar numa bem melhor. Cada um tem seu caminho, eu sei foi até melhor'. 
E acaba que o mesmo vale para vocês também, estarei aqui caso precisem, com o apoio que eu puder.
Então só queria finalizar dizendo muito, muito obrigado."

Não importa o que ocorra, todos vocês viverão, como uma parte muito especial de mim, até o fim da minha existência nos labirintos da minha mente e nas profundezas de meu coração e por isso, obrigado!

sábado, 17 de junho de 2023

LXXV - Lost but Seeking (Like Azusa)

 


"Before she lays down at night
and the sound of her footsteps
will wake me in time
don't you mind, don't you mind?"

                                "The Dead Waltz" - Radical Face
 

É... Me perdi de novo...
Acho que essa é uma parte natural da vida, pelo menos pra mim haha... Se perder várias e várias vezes e, talvez, se encontrar. Na maioria das vezes essa parte de se reencontrar é a mais difícil, mas sempre cair de cara no chão do fundo do poço dói muito...
Eu sinto que isso é uma das coisas que faz com que a gente se quebre, de novo e de novo... Muitas vezes essas partes quebradas conseguem ser coladas, ser arrumadas, ser concertadas... Outras vezes, é como se aquele novo pedaço tivesse virado um novo você, não necessariamente uma nova personalidade, mas é aprendizagem de como lidar como uma situação e como ser dentro dessa situação, como se portar, como falar, etc., ou seja, não ser realmente você, então, sim, é uma forma de estar fragmentado...
Eu vejo que quando se bate repetidas vezes com a cara no chão do fundo do poço em um período muito curto de tempo e/ou é um impacto tão forte e/ou a falta de preparo para aquela determinada situação é que fazem com que seja possível de se perder entre esses pedaços quebrados e não encontrar mais o caminho. Que caminho? Depende... Alguns exemplos são: O caminho de volta para o "pedaço" original; o caminho para como unir pdaços pequenos que, eventualmente, vão se quebrando; o caminho para lidar e saber abstrair as lascas que ocorrem e compreender, aceitar e evoluir a partir disso; o caminho para a realidade que vivemos; o caminho para continuar aqui...
É frustrante enxergar que isso ocorre com todos e não ter possibilidade de tentar fazer com que essas experiências sejam o menos dolorosas possível... Entendo que sabedoria, maturidade e paciência, por exemplo, normalmente, vêm de experiências ruins, mas essas experiências não podem fazer com que se perca o amor e a empatia, principalmente por nós mesmos...
Quando se está lá com a cara no barro frio e molhado com tanta angústia que você sabe que não adianta chorar, não adianta gritar porque ninguém vai te ouvir e aquela dor não vai passar assim... Levantar dessa situação, se ver com frio, com fome, desamparado, sem perspectiva, e completamente no escuro sem uma forma aparente de escalar esse foço é como se fosse algo que aperta tão forte o peito que até respirar se torna algo quase insuportável, é nesse exato momento que a vontade de desistir é muito grande, muito grande mesmo...
Esse processo de se quebrar repetidas vezes é algo que além de matar aos poucos o amor-próprio e aparentar que por onde você passa você só distribui dor, na maioria das vezes não intencionalmente, também vai matando o amor que você tem por terceiros, por experiências que faziam sentido, por obras que te faziam bem e uma hora, isso se esvai... As poucas formas que aprendi a fim de evitar isso e/ou inibir e/ou minimizar esse efeito são: Compreender como fortalecer esse amor mesmo nas horas que as circunstâncias possam fazer parecer que não faz tanto sentido, isso pode ser feito procurando novos elementos que te faça se reapaixonar dentro disso; Compreender que determinadas coisas vão morrer (como vínculos), independente do esforço que se faça pra isso não ocorrer, (inclusive, muitas vezes no caminho para tentar não perder, é exatamente o caminho que faz com que você perca ou faz processos que são dificilmente reversíveis) e aceitar isso para, então, depois (quanto tempo é esse depois? Eu não sei, vai muito de situação, às vezes, (aliás, muitas vezes) esse depois nunca chega) fazer com que renasça, como uma fênix.
Aqui é um outro ponto difícil, nesse processo, alguns conceitos são complexos, não de serem entendidos como algo abstrato, mas na prática em si. Alguns desses conceitos são abstração, compreensão e aceitação. É curioso que lendo isso, me lembra um pouco aqueles processos do luto, sabe? E acho que não são só similares, mas realmente há uma correlação.
Acho que eu estou chegando no fim do texto, tinha mais uma coisa pra escrever sobre, mas acabei me perdendo de novo e acabei esquecendo, comportamento natural da minha pessoa haha. Eu usei muitas metáforas nesse texto, mas queria deixa um adendo pessoal, muitas vezes é possível se sentir assim mesmo rodeado de pessoas, aliás pra mim é o normal. Inclusive, tentar expor isso tentando dizer sem palavras, tentar até mesmo ser direto e falar sobre isso olhando no olho da pessoa e mesmo assim, ela não te ouvir ou não compreender efetivamente o que você está dizendo... Frustrante haha.
A última coisa que realmente queria escrever é que, a maioria das coisas não é fácil e muitas vezes a gente tem que fingir ser quem não é ou ser um robô (arô (sim, arô e não alô) Angelo da época farialimer, seu arrombado!) existem coisas que não aprendi como "deixar ir", e eu não sei se esse é o pedaço principal de quem realmente sou, ou não. Eu acho que, de longe, a principal coisa é amor. Eu nunca consegui deixar de amar pessoas que amei um dia, esse amor pode ter se transformado, mas ele está presente aqui comigo e isso me faz bem, por mais que não faça sentido (e esse é um dos principais motivos, além de que, eventualmente, a pessoa possa vir a precisar de mim (sim, eu minto pra caralho pra mim) que tento manter as pessoas em uma distância confortável pra mim, muitas vezes sem querer falar com elas, mas estou aqui. Enfim, minhas três palavras de sempre que, se eu quisesse ser enterrado seriam as da minha lápide (inclusive, já fica o adendo aqui, doem o que der pra doar desse corpo carnal e cremem o resto, o que eu quero que façam com a cinzas? Podem escolher à vontade), desculpe e obrigado.

domingo, 25 de dezembro de 2022

LXXIV - Purple Pain

 Enlightened Tutor — Howard Lyon Fine Art and Illustration

 "You're gone, gone, gone away, I watched you disappear
All that's left is a ghost of you
Now we're torn, torn, torn apart, there's nothing we can do
Just let me go, we'll meet again soon
Now wait, wait, wait for me, please hang around
I'll see you when I fall asleep"
                                "Little Talks" - Of Monster And Men
 

Fiquei um tempo pensando em como começar esse texto, mas, na realidade, acredito que estava com medo de postar isso por algumas razões... Enfim, o texto a seguir foi escrito quando eu não estava sóbrio (e não tinha sido por conta do álcool, se é que vocês me entendem). Antes de, efetivamente, ir para o texto em si, quero contar a concepção dele.
Ah, antes disso, deixo escrever uma coisa que acredito que seja importante. Eu queria muito polir este texto na realidade, deixá-lo sem, ou com o menor número possível, de redundâncias e erros de português, por exemplo. Mas fiquei com preguiça e acredito que tenha uma beleza assim sem perfeição, o que me lembra uma nova frase que sempre tenho dito, "normalizem a imperfeição".
Enfim, a história de tudo isso deu-se da seguinte forma:
Viajamos para a praia de madrugada e fiquei o dia dormindo, consequentemente de noite, não estava com sono e a gente utilizou, supostamente (pelo jargão jurídico) substâncias ilícitas (ia começar um levantamento do motivo disso e mostrando meu ponto como isso é uma boa desculpa pra prender uma galera, mas foquemo-nos na história). Enfim, resolvemos assistir Midnight Gospel que, pra quem não sabe, é uma série da Netflix que traz assuntos que podem ser considerados complexos em um formato de poadcast "espacial" (não vou me focar em explicar a série, acredito que seja importante todos assistirem) e é uma experiência muito elucidativa e interessante assistir isso alto, foi engraçado (porque no episódio 4 tem uma quebra de ritmo com uma piada completamente sem noção haha) e ao mesmo tempo profundo.
Enfim, o povo foi dormir e eu fiquei pensando em diversas coisas, algumas quis trazer aqui e outras não. De qualquer forma, vi uma oportunidade positiva, andar na praia de noite sozinho. E lá fui eu, fiquei com redemoinhos na cabeça, devo ter andado 10km (da ponta da Praia do Forte até a árvore de natal, e a volta) eu me coloquei esse desafio de andar quando comecei. Porém, no meio fiquei desesperado pra voltar, pois queria muito pegar tudo que havia pensado e escrever efetivamente, mas ao mesmo tempo queria andar, então fiquei voltando várias e várias vezes nos mesmos pontos, com medo de perder algum (muito provavelmente isso ocorreu haha), mas toda a vez que voltava do começo abriam novas ramificações de pensamento, novos pontos importantes que não havia pensado antes, e criei o Monstro abaixo (ia falar Frankenstein, mas todos sabemos que esse é o nome do Dr., não do Monstro).
Esclarecido como escrevi isso, a seguir está o texto produzido por uma mente, supostamente, anormal (PS: Quis colocar os horários):

Brisa 1 - Pré-praia (03/12):
"E se as emoções fossem uma nuvem que todos compartilhamos e então tudo que sentimos é apenas um pedaço que alcançamos e nós funcionamos como máquinas, a emoção pode vir e continuar igual, ou ela pode vir e sofrer um processo e mudar, como quando raiva vira compaixão." - 22h32.
"Assim como a consciência, compartilhada com todos e a que estou usando é apenas o que eu alcanço" - 22h33.

Brisa 2 - Primeiras aspas pré-praia (03/12) e as outras pós-praia (04/12):
"Todo pensando a seguir veio da ideia da mesquinhez, mesquinhez com tudo, inclusive com nossos relacionamentos.
Fiquei pensando que muito se deve a como somos hoje, tanto pelos nossos antepassados, bem como na sociedade em que eles e nós vivemos.
Fiquei pensando sobre com a monogamia é sobre isso. Porque fomos ensinados sobre isso em todos os meios que temos.
Enfim, penso que a ideia de divisão é, em si, uma ideia do comunismo, ou melhor, exatamente o contrário. Vejo que muito do que o comunismo prega é esperando que as pessoas vão ter que abdicar de sua mesquinhez e de sua ganância. Pro comunismo é uma condicional isso, uma condicional acreditar que, no fim, o ser humano vai seguir o que acreditamos que sejam boas virtudes, ou seja, enxerga o bom em nós.
Vejo que o capitalismo é justamente o contrário, quanto mais você tiver melhor e se os outros não tiverem, problema deles. O capitalismo exclui o lado humano das pessoas. É curioso que não enxergamos isso como uma boa virtude, mas é em cima dele que somos educados, mesquinhez e ganância. Ou seja, o capitalismo é enxergar o ruim nas pessoas.
Me pergunto se isso é necessariamente uma coisa que seja realista ou apenas especulativa.
Digo isso porque, não sei até que ponto o ser-humano é mesquinho e ganancioso em sua essência, ou até que ponto não e apenas a sociedade cria e alimenta isso. Digo que tenho essa dúvida pois já foram feitos estudos em que macacos mentem também e seguindo o mesmo preceito, mesquinhez e/ou ganância...
Posso ser mais profundo e pensar em Skinner e comportamento. O quanto nós não somos aqueles que ficam apertando milhares de botões constantemente e desesperadamente buscando aquela microdose de dopamina.
E até que ponto manipulam isso pra ganharem algo. Atualmente são as empresas criando necessidades superficiais e/ou virtuais e sando-as e esperando criar a próxima." - 23h57.
"Fiquei pensando sobre a definição do que faz eu ser eu e você ser você. Acho que a gente sente que o que nos define são nossas marcas, sejam elas físicas como cicatrizes ou o crescimento, como também psicológicas, como coisas que vivemos, coisas que vimos e sentimos e coisas do que nós lembramos. É curioso que eu sou o que eu me lembro, vejo e sinto e eu pressuponho que você é assim porque eu me lembro de coisas que aconteceram quando estávamos juntos, portanto você é igual a mim.
Fico pensando sobre como parece que a gente tem a necessidade de prespassar o que a gente entendeu que é a gente, o que quero dizer é que a gente tem a necessidade de querer pertencer a algo maior, como se a gente buscasse algo pra dar propósito, pra que a gente não sinta que tudo isso foi inútil.
Se cada vida é um fio que faz um bordado, cada nó seria uma experiência trocada com alguém. E é isso que a gente entende como propósito, deixar essas marcas, esses nós nas vidas das pessoas.
Muitos tentam prespassar isso em outra perspectiva, dizendo que pertencemos a uma entidade maior, muitas vezes que já sabe tudo desse bordado, muitas vezes até personificada.
Isso me leva a pensar sobre como os monges tentam prespassar esse entendimento mundano de inutilismo isolado para pertence a algo maior. Vejo a meditação como algo que faz abstração. É a mente querendo dissuadir que não há corpo, isso é apenas uma abstração. E fico pensando que essa vontade de sair e ser algo maior, não é apenas a mesquinhez da vida de novo, ou melhor de algo que faça com que se sinta bem, pra ter endorfina e voltar a- 01 procurar mais pre vida." - 01h05.
"É curioso que, pra mim, isso é a vontade de não se limitar ao entendimento de que os seres vivos são amaldiçoados com um milagre, que é a compreensão que a vida é finita. Acredito que a racionalidade do ser-humano em entender que tudo que a vida é, é sofrimento com um apunhado de endorfina no meio do caminho. É a sina que a gente não escolheu, mas que a temos. A sina da racionalização da mesquinhez da vida e da ambição de mantê-la o máximo possível." - 01h09.
"E que nada que você fizer ou deixar de fazer, no fim vai realmente fazer alguma diferença pra tudo.
Acho que pra vida ter tanto sofrimento, deve realmente ter alguma espécie ou divindade que se alimenta disso ou que se ambrosia com isso, porque as coisas não são justas e é tudo focado no ciclo de nascer, crescer, reproduzir e morrer. Ou seja, o plano é continuar a sina pra outros." - 01h11.
"Isso tudo volta aos meus questionamentos sobre fugir de sentimentos negativos como tristeza e solidão, fugir de que não pertencemos a algo maior, só estamos fugindo da dor e procurando, desesperadamente, essas pequenas endorfinas." - 01h13.
"Inclusive eu aqui e agora estou fazendo isso, tentando dar sentido pra tudo que estou pensando.
Esse amontoado de lembrar, ver e sentir que considero que sou eu, se deixar de existir não terá impacto pra nada, pode ser que pra quem esteja mais perto, mas no fim, mesmo eles não tem sentido no todo." - 01h14.
"Isso é bem ruim, a algum tempo não tenho um pensamento tão consolidado sobre suicídio, de novo.
O que me faz apenas não querer isso é que mesmo sendo inútil, ainda assim estou aqui e estou sentindo isso. Apesar de estar com dor ela, ainda, acaba sendo menor do que a dor somada das pessoas que estão próximas a mim. A partir do momento que achar que isso não é verdade, bem...enfim." - 01h16.
"Isso me fez pensar também na questão de propósito...
Sempre achei que meu propósito era apoiar quem eu amo, deixar essas pessoas felizes, bem como eu mesmo.
Mas sinto que falho e isso me machuca muito...
E penso que se parar agora, talvez seja menos pior..." - 01h18.

terça-feira, 13 de setembro de 2022

LXXIII -) Apathy

 ArtStation - Theros Beyon Death / Heliod's punishment

 "I know I'll be alright, but I'm not tonight
I'll be lying awake counting all the mistakes I've made
Replaying fights
I know I'll be alright, but I'm not tonight"
                                "I Lost a Friend" - FINNEAS
 

É curioso que não senti vontade de escrever nos últimos tempos e hoje, apesar de ser um dia lotado de eventos negativos, foi um dia que o que me deu esse trigger não foram esses eventos (até porque, né? Olha o título) a real é que mostrar isso pro Victor é que foi.

Tenho estado irrazoavelmente apático nos últimos dias, e o que tenho sentido é instabilidade, acabo oscilando entre apático (maior parte do tempo), triste e puto. Estou num ciclo de afazeres, trabalho, vape e sono, muito sono (sim, eu sei, é um jeito de fugir).

Isso me traz ao dia de hoje, um dia não muito agradável no trabalho, a Bea no hospital, Sara sem comida, Victor perdido e, por Deus, a Van em frangalhos (e o pior é que sinto e sei que não são só vocês que estão nesse estado, vocês são os que tenho conhecimento e só estou fechando os olhos e fingindo que são só vocês). Apesar de tudo isso, ainda assim, não sinto muita coisa. Sim, estou com medo, preocupado, triste, mas não sinto que estou estendendo a mão o suficiente, não sei se é medo, apatia ou que porra que é, mas não sinto moção de fazer mais que isso... E no fim isso tudo me preocupa porque eu não sou assim, mas estou assim.

Eu estou com vontade de chorar, mas não consigo e não sei a quantos anos não sei direito como equilibrar isso. E sim, esse é meu estado apático, sentir n coisas mas não sentir nada ao mesmo tempo.

Não consigo escrever muito mais que isso, eu não sei, só não vem. Mais de uma hora num ciclo de música e escuro enquanto estou aqui... Nem eu estou me entendendo direito.

Acho que meu objetivo no fim é, apenas, estender a mão de uma outra forma, da forma que acho que me sinto confortável e é a forma que sei que, provavelmente, não vou conseguir alcançar e isso é mais uma dicotomia.

Muita coisa tem passado na minha cabeça, as coisas erradas que fiz, tudo que não disse, tudo que disse da forma errada e mais um oceano de loucuras e de infinitos "e se's". Esse mês é complicado de mais. Enfim, pra focar por último, eu já disse e escrevi isso antes, eu não quero perder mais ninguém, e sei que isso depende muito pouco, talvez nada, de mim, mas estou aqui... Não é muito, mas é o que eu tenho pra oferecer... 

Não carreguem o mundo nas costas, dividam sua dor, seus problemas, seus medos, seus sentimentos negativos entre nós, pode ser pra mim ou pra quem você quiser, só não fique sozinhx com isso, você não está só. O medo da tragédia que foi um ano atrás com o Léo me corrói de uma forma que vai acabando com o pouco de mim mesmo. O amor está aqui, nunca foi e nem irá embora... Por isso eu imploro, imploro com tudo que sou, que sei, que acredito e que tenho, NÃO deixe de compartilhar dor e amor, estou aqui para os que foram e os que ficaram, eu devo isso a mim, a vocês e ao amor que sinto.

Enfim, muito provavelmente eu devia ter lavado a louça ou ido dormir, esse texto está completamente sem uma linearidade, até meio sem sentido, parece vários eu's diferentes falando junto e não sinto que tenho várias personalidades, é só um amontoado de sentimentos e pensamentos do eu apático colocados aqui. Ainda assim, vou aceitar tudo isso e a falha de não ter ido descansar ou ser produtivo em casa/trabalho nesta noite com um grão de esperança num deserto de dor.

E, como de praxe, obrigado...

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

LXXII -) Double Vision - Double Path

 Magic The Gathering History - Path to Exile Art by Raf Sarmento  --------------------------------------------------------- #zeh  #CardArtDoDia - conheça o canal: www.youtube.com/c/MagicBarbr | Facebook 

 

"Don't feel like talking all too much
There is a storm that is ascending now
Feels like it's close enough to touch
So I step back into it
Lonely weather"
                                "Lonely Weather" - Of Monsters And Men

Entre o céu e a terra, entre a cruz e a espada, entre o conforto e o desafio... É assim que tenho me sentido na última semana.
É curioso que normalmente escrevo quando estou mal ou com algum problema ou querendo alcançar as pessoas de alguma forma, mas neste momento é algo completamente fora desse escopo.
Estou com um "problema bom", eu chamo assim quando é uma coisa que, independente qual decisão, qual caminho, qual escolha eu tome, vai ser boa. Pode ser que não seja a melhor, mas será boa. Ainda assim, me sinto com medo, me sinto preocupado de mais (mais do que necessário), me sinto apavorado, sinto que as coisas estão passando e que só precisava que o mundo parasse só neste instante mas, ao mesmo tempo, me sinto com energia, me sinto encorajado, me sinto pronto pra aprender, pronto pra lutar por um amanhã melhor sem deixar um rastro negativo pra trás. É um mixed feelings, um paradoxo dentro de mim mesmo.
Minha cabeça não tem funcionado direito porque isso tudo vem e vai, vem e vai, vem e vai, repetidamente... Tenho fugido pensando em Magic, principalmente, mas não posso fazer isso por muito tempo.
Mudanças estão chegando, pra um lado ou para o outro, grandes ou pequenas, elas estão aqui batendo na minha porta e eu estou pronto, apesar de me sentir assim nessa dicotomia. Sim, estou pronto...
Por mais um sopro, antes de terminar, novamente eu agradeço...

sexta-feira, 3 de junho de 2022

LXXI -) Unstable

 

"Who cares if one more light goes out?
In the sky of a million stars
It flickers, flickers

Who cares when someone's time runs out?
If a moment is all we are
Or quicker, quicker
Who cares if one more light goes out?

Well, I do...

Well, I do..."
                                "One More Light" - Linkin Park

 

Instável, essa é a sensação que tenho tido nos últimos dias sobre tudo o que anda acontecendo e sobre mim mesmo...
Essas coisas que aconteceram nesse meio tempo me mostram, de novo, a fragilidade de toda a situação e a profundidade do impacto que as ações das pessoas trazem pra nossa vida. Isso tudo expôs minhas vulnerabilidades, de novo. Devo dizer, não como antes, não estou me perdendo, mas tudo isso me rachou mais um pouco, me quebrou mais um pouco e eu odeio dessa sensação...
Não tive tempo pra pensar sobre outras coisas, como a consulta com o psiquiatra, o possível TOC, e etc., mas, ainda assim, me sinto inquieto, a ponto de tremer sozinho... E ao mesmo tempo, me sinto sem energia, estou tentando "desligar" o que estou pensando e sentindo quando não estou despendendo a energia pra fazer alguma coisa voltada ao apoio dessa situação, porque a gente tem uma quantidade finita de energia (é, falar com o Matheus é bem poderoso) e, no momento, a minha vida está girando em torno de apoiar...
Eu não tive chance de dizer às pessoas que foram embora da minha vida como elas são importantes, mas dessa vez eu tenho essa chance antes de acontecer qualquer outra coisa. Então, a partir de agora, são palavras exclusivamente para a Bea (e eu não quero que você fique brava porque isso é a forma como eu me sinto e, cá pra nós, quase ninguém tem acesso a isso aqui, se eu não mandar pras pessoas elas nem vão ver):
Olha, não vou falar que sei como você se sente, porque ninguém sabe como o outro se sente porque cada um é um universo, mas a gente imagina... Imagina de acordo com as dores que nós vivemos, de acordo com os traumas que temos, de acordo com as memórias que revivemos... Essas são nossas vulnerabilidades que a gente esconde dos outros, porque somos fracos sozinhos, somos incompletos, estamos machucados, estamos quebrados... E a forma que a gente têm para não se sentir assim é se unindo com outras pessoas que também são dessa forma... Várias partes quebradas fazem um todo completo, e esse todo é mais forte que as partes somadas...
Não vou falar que vai ficar tudo bem, porque falaram isso depois que perdi minha mãe e eu não gosto dessas palavras porque não ficou tudo bem. Mas o que eu vou te falar é paciência. Eu sei que é hipocrisia da minha parte, mas paciência sempre foi o detalhe que faltou na minha vida e é o melhor conselho que recebi do meu pai. Esse conselho e uma frase que ele sempre falava quando era adolescente (a Van conhece bem porque sempre falo disso com ela): "Se você levar a vida como um peso, a vida vai ser um peso". Eu com certeza já devo ter falado disso anteriormente, mas vale a pena reforçar...
Estive em uma situação parecida com a que você está há pouco. Bom, você sabe disso, você estava lá, não preciso nem falar. Mas enfim, o que quero dizer é que as mudanças que a gente quer, têm que partir do nosso cerne, do nosso interior. Eu sei que isso é clichê pra caralho e piegas pra porra, mas é real. Eu só mudei tudo que estava acontecendo quando eu quis realmente mudar e com apoio das pessoas que amo. Mas não é o que quero dizer pra ti agora, o que realmente quero dizer é que, para eu não ser internado, fiz um combinado com a Van, e com mais pessoas, e tive que fazer concessões e as pessoas também, isso inclui fazer terapia, ir ao psicólogo, psiquiatra, fazer meditação, e mais n coisas que são menores mas que ao todo geram impacto. O que quero dizer com tudo isso é que vamos ter que encontrar nossas concessões, minhas, suas, do Fê, da Van, do Igu, da Sara, etc. etc., todos nós vamos ter que fazer concessões em algum grau porque você é importante pra gente e nossa união é importante pra gente, e você é uma das colas de tudo isso. E meio que você vai ter que entender e aceitar essas concessões também, algumas coisas nós vamos direcionar porque acreditamos que será o melhor...
Eu estou escrevendo isso um pouco antes de entrar com o Matheus e quero revisar depois de falar com ele (já revisado). De qualquer forma, o que vou falar agora é o principal de tudo isso, eu me importo se uma luz se for e me importo muito, muito mais do que você pensa ou sente. E não quero que essa luz que você têm se apague... Não quero mais essa culpa na minha vida... E estou fazendo agora o possível de acordo com o espaço que vocês estão nos dando.
Então não vou finalizar sendo piegas e falando que a gente te ama e que você tem nosso apoio incondicional, porque você sabe disso, mas vou finalizar no meu clichê habitual agradecendo... E tenho um milhão de razões pra isso...
Então, obrigado!

segunda-feira, 30 de maio de 2022

LXX -) Grief

 


"Pra onde eu for
Eu te levo pra sempre
Mesmo distante
Mesmo assim tão recente"
                                "O Segredo" - Medulla

 

Até os céus choraram nesse dia e eu não.
Por que está entalada aqui essa sensação?
Passei o dia todo pedindo por favor
Pensando e sentindo esse amor

E pode parece que eu já desisti
Mas tudo isso ainda consisti aqui
Que toda essa amargor já me conquistou
E o brilho dos meus olhos já se acinzentou

Isso tudo aqui não é leviano
Em você eu penso, virginiano
Que me ensinou o poder de ser vegano
E que vale a pena o ideal Marxiano

Só não queria mais esse sofrimento
Mas não consigo fugir desse sentimento
E tenho que aceitar todo o desdobramento
Com todo esse arrependimento

Apesar de estereotipado
Ainda sim, direi obrigado.

domingo, 22 de maio de 2022

LXIX -) Aid

  Sigarda's Aid — Howard Lyon Fine Art and Illustration


"And I find sorrow in idle mind

and solace in being heard"

"Destroyer" - Of Monsters And Men


Estou com vários pensamentos há alguns dias, conversei bastante com o Matheus (o psicólogo, e vai ser cada vez mais comum eu citá-lo aqui, ainda mais tendo dois encontros por semana) sobre essas coisas. Apesar de serem diferentes meio que elas fazem parte do mesmo todo e ciclo. Quis até enrolar um pouco pra escrever aqui pra ter tempo de digerir algumas coisas que conversamos, principalmente nessa última semana.
Vai ficar meio longo, porque vou contar algumas coisas beeeeem profundas e pessoais, mas lê até o fim, estou tentando mostrar coisas importantes e também estou tentando pedir ajuda disfarçado de "contar algumas coisas".
Basicamente tenho vários traumas que me fizeram ser quem sou e da forma que sou e isso não me faz bem e não faz bem pras pessoas que eu gosto. Esses traumas são basicamente o que estruturam o medo, a minha depressão e ansiedade, três coisas que também são diferentes mas fazem parte do mesmo todo e ciclo. E estamos trabalhando exatamente nesses pontos para melhorar e pra eu não machucar ninguém, inclusive a mim mesmo.
De novo vou falar que acabo ficando com muito medo de perder as pessoas no futuro e acabo tentando fazer coisas pra não acontecer isso, só que vou destruindo minhas relações no presente no processo e isso me faz mal (engraçado que dá pra ver os 3 pontos, medo, ansiedade e depressão). Yeah, yeah, a gente já ouviu isso. Mas o que até hoje eu não tinha pensado é que esses traumas não vêm só da perda da minha mãe quando eu era jovem e as demais ao longo da minha vida, mas também são alguns traumas herdados dela, por exemplo. O que quero dizer com isso é, eu vi minha mãe sofrer muito por conta dos pais dela. Ela ficou anos sem conversar com eles porque o único irmão dela manipulava as coisas e minha mãe era bem pavio curto e acabava fazendo igual o que eu faço, sai brigando e xingando. Em certo momento da minha vida, minha mãe simplesmente cortou a relação com meus avós, ou eles fizeram isso com ela, eu até hoje não sei o que houve direito, mas fato é que eles ficaram anos sem conversar. Minha mãe também tinha depressão, ela ficava deitada horas sem vontade de fazer nada, sem vontade de viver e muito disso foi por causa desse desentendimento com os pais dela. Minha mãe morreu sem falar com eles, sem vê-los, sem receber visita deles (inclusive nos meses que ela estava na UTI), sem ter nenhum contato e isso foi uma dor tão grande pra ela que eu não consigo explicar... Quem acompanhou de perto toda essa saga dela de anos fui eu, eu que ficava com ela, eu que cuidava dela, eu que ajudava com as coisas da casa (como cozinhar), meu pai ia trabalhar e meu irmão ficava no PC, mas eu estava sempre com ela e vi muito desse sofrimento. Nossa, tocava "Pai" do Fábio Jr. e ela chorava muito mesmo, era muito triste... Matheus disse que isso têm influência direta com a minha relação de perda. Ver todo esse trauma dela sobre "perder" pessoas que estão lá, que podem ser acessadas mas não conseguimos moldou muito disso... (Quero só fazer um adendo, vai ser improvável eu falar sobre os pais da minha mãe de novo, apesar de serem meus parentes, eles não são família. Então sempre que me referir aos meus avós, vai ser por parte de pai, se forem os de mãe eu vou sempre tentar falar os pais da minha mãe).
Tenho um outro ponto que quero falar, já falei sobre o pavio curto da minha mãe e agora quero falar da mesma coisa do meu avô. Meu avô tratava minha mãe como uma filha, eles realmente se amavam muito, mas isso não impedia que eles brigassem muito. Isso também me gerou alguns traumas de como sou hoje. Meu avô era explosivo pra cacete e acabava falando um monte de merda que ele nem estava pensando ou sentindo de verdade só pra machucar, quando ele se acalmava e o ímpeto passava, ele pedia desculpas e era como se nada tivesse acontecido pra ele. O que aconteceu na briga, ficou na briga, essa era a cabeça dele. Só que o que a gente fala pras pessoas e as machuca ficam com elas, não é tão difícil assim perdoar a mágoa pra quem se sentiu "atacado". Meio que aprendi a fazer igual meu avô, esse é um outro trauma, também com a ajuda do Matheus a gente conseguiu mapear isso e enxergar que isso é um ato que acontece para querer mostrar afeto e falar como me sinto. Parece que quando faço isso as pessoas me ouvem mais. Mas eu não posso pautar as coisas que quero dizer, minha interação com as pessoas e meu afeto somente nessas emoções. Estamos trabalhando com isso também, estou conseguindo encontrar outras formas de falar o que quero e de me relacionar. Vir aqui escrever é uma dessas formas, inclusive. Matheus falou pra eu eu continuar sempre escrevendo, e ando tentando encontrar a forma certa do que quero dizer e também digerir as coisas antes.
Bom, tudo que disse aqui é só uma forma de vocês, ou melhor, da gente entender melhor como sou e porque sou dessa forma. Ainda estou digerindo essas informações, nunca passou pela minha cabeça que ver o sofrimento da minha mãe com os pais dela fossem me gerar esses traumas, por exemplo.
A gente falou de várias outras coisas, mas outro ponto importante é referente a reforço positivo. Já tinha comentado com a Van no início da semana passada sobre isso e falar com o Matheus só deu mais embasamento pra isso. O ser humano trabalha para a aprovação do grupo em que está inserido e a gente tem uma porrada de teorias que falam sobre reforço, por exemplo, quando estudei ADM a gente viu sobre Skinner que fala de comportamento, mas é exatamente sobre a mesma coisa no fim (presta atenção no Skinner aí Bea, sempre cai em prova).
Olha, eu não sou de pedir ajuda, normalmente tento me virar, mas nesse caso (com o apoio do Matheus) estou aqui pedindo ajuda. E é esse o motivo que estou falando sobre isso. Eu nem sei como exatamente pedir isso em palavras, mas queria muito que vocês vissem as mudanças que estou tendo, tanto internamente quanto o reflexo externamente. Eu estou mudando a forma como me relaciono com as coisas, com o tempo, com a tristeza, com a depressão, com a perda, com a felicidade, com os prazeres, com os momentos e etc. Muita coisa que colocava muita energia não estava me trazendo coisas boas, como xingar no trânsito, estou me importando com coisas que são realmente importantes pra minha vida e pra vida das pessoas que amo. A meditação têm me ajudado bastante, o Matheus têm me ajudado bastante a entender várias coisas. Eu entendi que está tudo bem as coisas não acontecerem como eu planejava, está tudo bem as coisas serem diferentes, está tudo bem no futuro porque está tudo bem eu viver o agora. E é isso que estou tentando fazer, viver o agora, não consigo mudar o passado e o futuro não importa agora, porque o que importa agora é o agora...
É difícil mostrar isso pra vocês, essas mudanças, porque são profundas e mais internas, os pequenos atos de calma que serão visíveis na superfície são pouco relativo a mudança total. Tenho um ótimo exemplo, ontem saí com Rob e Pedro, ambos atrasaram e eu fiquei nem aí, me deixaram com tempo pra pensar e muito do que estou falando aqui foi do momento que eles me deram pra refletir, então estou levando essas coisas como um presente. Enfim, mas no fim o que quero dizer é, me ajudem. Me ajudem a continuar assim, preciso do reforço positivo de vocês. Algum comentário construtivo, algum afeto inesperado, alguma gentileza, sei lá. Eu sei que é pedir muito vocês deixarem a dor, a mágoa e toda merda que fiz e falei, mas tentem se for importante pra vocês.
Estou tentando reconstruir essas relações, mas não consigo sozinho... Me chamem...
E está tudo bem também se perder algumas, precisei disso pra aprender. Mas eu não quero que aconteça o mesmo que aconteceu com minha mãe e seus pais, não quero deixar de ter uma relação com as pessoas que consigo alcançar. Estamos aqui agora... Não quero destruir mais nada, não quero transformar mais anda em desastre. Isso foi uma promessa pra mim mesmo.
Esse é o meu jeito de tentar alcançar vocês...
Enfim, obrigado por ler até aqui. Obrigado por tentarem.

sábado, 7 de maio de 2022

LXVIII -) Chance


"I see myself going through the streets

Think I must be dreaming

The lost chord

I want you oud the freak

The lost chord"

"The Lost Chord" - Gorillaz feat. Leee John


Eu conheço uma pessoa que tomou todas as decisões erradas nos últimos tempos. Que conseguiu transformar amor em dor e sofrimento. Que brigou muito com todo mundo e que estava em uma batalha interna tendo reflexo em tudo e todos. E claro, ninguém quer alguém assim por perto. Yeah, todos sabemos de quem estou falando, certo?

Pensei muito como iria começar escrevendo, porque MUITA coisa aconteceu, mas não vou me focar nas coisas que deram errado, quero me focar nas mudanças e como cheguei nelas. Podia conversar sobre como as vezes sinto que eu não estou lá e não sou eu, não é que desligo, é só que não sou eu mesmo e quando me dou por mim uma bomba explodiu, todo mundo está triste, alguém está em crise e eu estou no meio da rua, no frio 04h30 com motoboy passando pra lá e pra cá, me perguntando "como e por que vim parar aqui?". Enfim, como disse, o foco não é esse, deixe-me começar por onde as coisas começaram a mudar...

Hoje fui ao Terreiro, sim, o descrente lá no meio, yay. E apesar de tudo, foi muito positivo, muito mesmo. Não é a primeira vez que vou lá no da Ana e do Marn, mas sempre sou bem cético apesar de gostar muito do companheirismo que sinto entre o pessoal que frequenta. Enfim, passei algumas horas acompanhando os "rituais" deles e não prestando a menor atenção em nada do que estava acontecendo no presente, minha cabeça estava longe, só indo do passado ao futuro, e vice-versa, vivendo esse ciclo que durou horas.

Não tinha fone pra ouvir música, não tinha celular pra ver vídeo, não tinha livro pra ler, não tinha jogo pra jogar. Por conta disso, apesar da minha ansiedade, tive tempo obrigatório na tempestade que são meus pensamentos/sentimentos e usei esse tempo pra tentar organizar o caos. Analisei o escopo geral das coisas, tudo que eu fui, sou e quero ser, tudo que fiz, estava fazendo e gostaria de fazer.

E vi o que eu não quero ser, que é isso que sou hoje. Eu fui mudando muito de uns tempos pra cá, e minha dor, meu vazio e minha ansiedade foram me consumindo, consumindo meu amor e me transformei nisso, alguém que machuca todo mundo...

Quero resgatar o Angelo sorridente, tranquilo, piadista que fazia bem pras pessoas...

Antigamente me olhava como uma chama que se unia a chama de outras pessoas pra crescermos juntos e aumentar o calor, agora não me vejo mais assim, não me vejo sendo assim. E eu não quero ser isso.

Tirei essas conclusões antes dos dois passes que tive, e depois das conversas nos passes (e foram longas), tudo isso fez muito mais sentido, as coisas clarearam na minha cabeça/coração. Tocamos em vários pontos, mas acredito que o que mais tenho vontade de comentar é sobre amor prório. Não tenho como amar as pessoas se não me amo e eu tinha perdido isso... E sim, sei que vários de vocês me falaram sobre isso, mas eu acho que não estava pronto pra ouvir no momento que disseram porque não tinha refletido sobre tudo... Existem muitos, muitos pontos que conversei com as Entidades e os ajudantes, porque falar no seco que você não vê sentido pra nada, é uma coisa complexa e, como disse, passei muito tempo conversando e mais tempo ainda refletindo... Uma ótima frase que ouvi hoje foi "quem procura o muito o perfeito, encontra muito do imperfeito", essa vou levar também pra vida.

Enfim , desde o último post, uma parte de mim estava tentando mudar e voltar a ser como e quem era, mas eu não conseguia porque a outra parte não queria. Essa segunda parte achava que estava tudo bem, já tinha aceitado que era melhor ir embora pra não machucar todo mundo. E depois das conversas e das reflexões de hoje, as coisas mudaram profundamente dentro de mim. Se eu não quero machucar as pessoas eu tenho que mudar isso e não fugir disso... E sim, parece simples, mas não é porque nada é claro na situação que estava...

Você pode não acreditar nessa vontade de mudança que estou falando, você pode achar que será uma promessa vazia ou que já escutou isso antes, mas não é. Hoje eu mudei, minha cabeça mudou, meus sentimentos mudaram, minha vontade mudou e eu tenho muita vontade mesmo de não ser mais isso que virei, e de ser e fazer as pessoas felizes.

Eu prometi pra mim mesmo e já comecei a tomar as providências: psicólogo, psiquiatra, meditação, todos esses pontos que todo mundo me indicou antes, mas nunca fui atrás porque não era minha vontade. E o que mudou foi exatamente isso.

Eu quero reconquistar tudo que perdi, sei que não vai ser da mesma forma, mas vou tentar. Não vai ser da noite pro dia que vocês vão conseguir ver isso, e, na real, é isso que, pra mim, é mais difícil haha. Queria muito mostrar e compartilhar com vocês tudo isso que estou sentindo agora, toda essa  mundança profunda que estou sentindo e toda essa paz...

Quero aproveitar pra pedir desculpas pelas coisas que fiz e disse, pelos sentimentos que fiz vocês terem, pelo mal que causei, pelas crises que tive/causei, pelos problemas que gerei. Eu queria muito poder mudar isso no passado, ter aberto os olhos antes e procurado ajuda antes... Mas não posso, sempre fui orgulhoso e não queria ouvir vocês. Agora espero ter essa chance de mudar as coisas no futuro e que meus erros não sejam gatilhos e estraguem a relações do "futuro antigo Angelo". 

Outra coisa, queria, principalmente, agradecer de verdade. Agradecer o amor de vocês e a preocupação. E aproveitar também pra tranquilizá-los em um aspecto porque as coisas realmente mudaram aqui dentro, inclusive, uma das ajudantes da Entidade, que é uma senhorinha muito fofinha que também ficou falando comigo um bom tempo, me fez prometer pra ela que não iria cometer nenhum ato radical contra minha vida, e eu prometi não só pra ela, mas pra mim mesmo e agora pra vocês. Ela disse: "Você não pode fazer promessa pra criança e pra velho. Porque criança se lembra e velho leva junto", na hora a gente riu bastante juntos.

Pra finalizar de verdade, quando era adolescente e tinha acabado de perder minha mãe, eu tinha parado de ir pro médio/técnico porque nada daquilo fazia sentido. Tinha acabado de perder a pessoa mais importante e próxima de mim e eu tinha 15 anos, pora. Enfim, meu pai em um dia x, virou e me disse: "Se você levar a vida como um fardo, ela será um fardo" e, na real, depois de 12 anos, essa frase está fazendo muito mais sentido agora. Eu não quero ser esse fardo pra mim e pra mais ninguém.

Enfim, obrigado, de novo. As coisas óbvias tem que ser ditas, então... Eu amo vocês...

terça-feira, 3 de maio de 2022

LXVII -) Farewell


 

 "Oh but if I could choose I would choose not to feel

Because I am hardly ever happy

I am hardly ever happy"

                                                  "Phantom" - Of Monsters and Men


CALMA! Apesar do título "Despedida" completamente sugestivo e "engatilhador", a real é que é mais um click bait do que qualquer outra coisa
.
Apesar disso, obviamente há um significado.
Há anos que não escrevo nada aqui, quase 5, inclusive. Mas depois de tanta coisa, senti que ainda existe a necessidade de, de vez e nunca, vir aqui explicar o que estou pensando/sentindo. E não me entenda mal, não é que nesses 10 anos eu não senti essa necessidade, só não como agora.
Desde que consigo me lembrar, sempre pensei em como o mundo seria sem minha presença, qual seria o impacto na vida das pessoas que convivo e amo se isso ocorresse. Até uns 12 anos atrás, as perguntas eram "e se eu nunca tivesse nascido? Como teria sido a vida da minha mãe, pai, irmão, avô, etc.? Eles seriam mais felizes?", depois de 14/05/2010, as perguntas mudaram para "e se eu morresse também? Qual seria o impacto na vida do meu pai, irmão, avô, namorada, amigos, etc.? Isso os machucaria muito?". Conforme eu fui crescendo e convivendo com esse sentimento e outros, tão pesados quanto, fez com que o impacto ficasse cada vez maior e isso chegou em cada vez mais pessoas...
Sempre me considerei uma pessoa que reflete muito sobre as coisas, que enxerga coisas que outros não conseguem, que se doa muito pras coisas. Por conta disso, sempre senti as coisas muito profundamente...
Quando minha mãe se foi, as coisas mudaram de perspectiva e elas pararam de fazer sentido. Algo quebrou dentro de mim e eu nunca consegui consertar... Eu juntei os cacos, colei e sou isso aqui hoje, uma casca com um deserto frio e vazio aqui dentro, eu sou uma pessoa muito quebrada até hoje...
Apesar de tudo isso, existem coisas que parecem que trazem uma onda de calor e transforam-se em sentido pra tudo que sinto e do motivo de ainda estar aqui... É difícil explicar, são coisas bobas e, às vezes, até supérfluas, que são tão preciosas...
Ainda assim, consigo ter pensamentos tão instáveis que me assustam, na verdade... E isso tem um certo sentido porque cada vez que alguém se vai, parece que consegue quebrar mais ainda o que restou e, eu já perdi tanta gente importante pra mim e isso dói tanto, mas tanto... De 7 meses pra cá parece que tudo piorou vertiginosamente, a dor se tornou algo tão mais próximo, mais presente, mais insuportável e cansativo... Não aguento mais chorar e entrar em uma crise dentro da outra...
Minha cabeça não para um segundo, sinto uma tempestade dentro de mim que não acalma nunca, que não cessa, ela só cresce cada vez mais e não há Angelo o suficiente para isso...
E é por isso que estou aqui. É um momento curioso pra mim, porque aqui estou com a liberdade de escrever tudo que sinto...
Não quero e nem vou usar essas coisas como muleta pra qualquer coisa que fazer/falar/escrever, mas isso tudo me transformou em quem sou hoje e ainda estou muito quebrado...
De uns anos pra cá, comecei a assistir/ler obras mais profundas que podem ter n reflexões e, consequentemente, ensinamentos. Posso citar as que mais gosto e podemos encontrar uma porrada de teorias em que foram baseadas, porque são importantes e podemos criar teorias a partir delas, por exemplo, Avatar, Evangelion, FMA, Star Wars, Star Trek, Steven Universo, até, raios, Rick and Morty, e muitas, muitas outras... 
Mas quero me focar muito em uma obra só que é um dos cernes das coisas que ando refletindo nos últimos meses, Evangelion.
É simplesmente uma obra prima. Vi vários vídeos de canais que gosto como o Meteoro Brasil, mas na real, o que mais me impactou foi o do Fazendo Nerdice. Poderia falar pra vocês irem assistir, mas cara, é um vídeo longo e existem coisas pesadas e, obviamente, quero me focar exatamente nessas coisas. O anime traz um cerne pra relação das pessoas: O dilema do porco-espinho. Quando ouvi a primeira vez, achei genial (apesar de saber que porcos-espinhos só furam se quiserem), mas o núcleo é genial.
Mas quero ir mais profundamente e focar na solução apresentada durante o enredo para resolver esse dilema. E, vou spoilar, óbvio. A solução dada pelo Kaoro, o 17º anjo, e sim, ele realmente é o mais perigoso pela sua mensagem: Existe uma forma infalível de ser feliz, morra!
E, o assustador é que isso faz muito sentido. Viver em sociedade contrabalançando expectativas, desejos, sentimentos e etc., é difícil, é trabalhoso, é cansativo... Claro que ganhamos coisas com isso, como sonhos, experiências, alegrias... Porém a mensagem ainda é muito forte, se a gente abandonar os sonhos, esquecer o que e quem gosta e deixar-se morrer, não haverá mais sofrimento pra gente. E isso realmente é muito pesado porque é real, e o que custa pra gente, na real, é só nossa vida.
Como disse, acreditei nisso até 7 meses atrás, quando vi que não se trata só de mim, da minha dor, do que sinto. Quando isso ocorre, existem tantas consequências que não são mensuráveis e, beleza, o custo da minha vida é pequeno, mas e o custo pra quem fica? E a dor, a angústia, o trauma de quem fica? E eu pude ver e sentir que isso não vale a pena...
As ações tomadas pelo Léo impactaram em tantas vidas e de forma tão profunda que eu acho que ele não fazia ideia disso... Eu só quero acreditar que ele não sabia disso...
Porque eu entendo se sentir um estorvo, eu entendo se sentir um peso, eu entendo sentir que a vida das pessoas ao nosso redor seria melhor sem a gente por perto, eu entendo esse sentimento de culpa, de dor, de angústia, de cansaço e o desespero pra que isso cesse. Mas eu vejo hoje que não é justo, não é justo com quem fica e tem que carregar isso pra sempre...
Por isso, quando paro pra pensar o quão egoísta estou sendo, o quão cuzão isso é, sei que não sou eu, que não faz parte de mim. 
Quem eu sou é uma junção de partes de quem eu amo, perder alguém, não significa que perdi aquele pedaço da pessoa, ele está aqui vivo comigo, nas minhas lembranças, no meu amor. Mas eu perdi um pedaço meu que vivia naquela pessoa e isso dói também, e óbvio, perdi a possibilidade de ter mais lembranças e de florescer ainda mais o amor.
E, especificamente, isso é pior com o Léo porque sinto que o perdi duas vezes.
Queria muito dizer pra você: Eu vou te guardar no coração assim como fiz com todos os outros. Fui moldado por vocês, fui transformado n vezes, e com vocês eu me sentia verdadeiramente feliz e grato...
Não quero deixar que essa parte de vocês se vá também, vou mantê-las vivas, vou manter essa chama acessa até minha hora chegar...
E eu prometo que não serei eu que escolherá essa hora, pelo amor que sinto por vocês.
A última coisa que queria escrever é, muito, muito, muito obrigado mesmo. Tive experiências incríveis com vocês, inclusive, com você que está lendo. Vocês são muito especiais pra mim, peço desculpas por tudo isso e quero dizer que estou aqui por vocês, e sempre estarei, pra qualquer coisa mesmo e principalmente se não estiverem bem, me procurem, não quero deixar acontecer de novo com um de vocês, me prometam isso, por favor... Da minha parte, e eu vou fazer o possível pra não preocupá-los mais, pra lutar contra essa dor, essa angústia, esse medo, esse vazio, esse cansaço, essa apatia e, mesmo perdido, como já estive antes, eu vou me encontrar seguindo a luz que vocês trazem.
Só me abracem quando vocês puderem, por favor.
Obrigado.

PS: Finalmente finalizado <3. Ficou perfeito. Obrigado...