sábado, 17 de junho de 2023

LXXV - Lost but Seeking (Like Azusa)

 


"Before she lays down at night
and the sound of her footsteps
will wake me in time
don't you mind, don't you mind?"

                                "The Dead Waltz" - Radical Face
 

É... Me perdi de novo...
Acho que essa é uma parte natural da vida, pelo menos pra mim haha... Se perder várias e várias vezes e, talvez, se encontrar. Na maioria das vezes essa parte de se reencontrar é a mais difícil, mas sempre cair de cara no chão do fundo do poço dói muito...
Eu sinto que isso é uma das coisas que faz com que a gente se quebre, de novo e de novo... Muitas vezes essas partes quebradas conseguem ser coladas, ser arrumadas, ser concertadas... Outras vezes, é como se aquele novo pedaço tivesse virado um novo você, não necessariamente uma nova personalidade, mas é aprendizagem de como lidar como uma situação e como ser dentro dessa situação, como se portar, como falar, etc., ou seja, não ser realmente você, então, sim, é uma forma de estar fragmentado...
Eu vejo que quando se bate repetidas vezes com a cara no chão do fundo do poço em um período muito curto de tempo e/ou é um impacto tão forte e/ou a falta de preparo para aquela determinada situação é que fazem com que seja possível de se perder entre esses pedaços quebrados e não encontrar mais o caminho. Que caminho? Depende... Alguns exemplos são: O caminho de volta para o "pedaço" original; o caminho para como unir pdaços pequenos que, eventualmente, vão se quebrando; o caminho para lidar e saber abstrair as lascas que ocorrem e compreender, aceitar e evoluir a partir disso; o caminho para a realidade que vivemos; o caminho para continuar aqui...
É frustrante enxergar que isso ocorre com todos e não ter possibilidade de tentar fazer com que essas experiências sejam o menos dolorosas possível... Entendo que sabedoria, maturidade e paciência, por exemplo, normalmente, vêm de experiências ruins, mas essas experiências não podem fazer com que se perca o amor e a empatia, principalmente por nós mesmos...
Quando se está lá com a cara no barro frio e molhado com tanta angústia que você sabe que não adianta chorar, não adianta gritar porque ninguém vai te ouvir e aquela dor não vai passar assim... Levantar dessa situação, se ver com frio, com fome, desamparado, sem perspectiva, e completamente no escuro sem uma forma aparente de escalar esse foço é como se fosse algo que aperta tão forte o peito que até respirar se torna algo quase insuportável, é nesse exato momento que a vontade de desistir é muito grande, muito grande mesmo...
Esse processo de se quebrar repetidas vezes é algo que além de matar aos poucos o amor-próprio e aparentar que por onde você passa você só distribui dor, na maioria das vezes não intencionalmente, também vai matando o amor que você tem por terceiros, por experiências que faziam sentido, por obras que te faziam bem e uma hora, isso se esvai... As poucas formas que aprendi a fim de evitar isso e/ou inibir e/ou minimizar esse efeito são: Compreender como fortalecer esse amor mesmo nas horas que as circunstâncias possam fazer parecer que não faz tanto sentido, isso pode ser feito procurando novos elementos que te faça se reapaixonar dentro disso; Compreender que determinadas coisas vão morrer (como vínculos), independente do esforço que se faça pra isso não ocorrer, (inclusive, muitas vezes no caminho para tentar não perder, é exatamente o caminho que faz com que você perca ou faz processos que são dificilmente reversíveis) e aceitar isso para, então, depois (quanto tempo é esse depois? Eu não sei, vai muito de situação, às vezes, (aliás, muitas vezes) esse depois nunca chega) fazer com que renasça, como uma fênix.
Aqui é um outro ponto difícil, nesse processo, alguns conceitos são complexos, não de serem entendidos como algo abstrato, mas na prática em si. Alguns desses conceitos são abstração, compreensão e aceitação. É curioso que lendo isso, me lembra um pouco aqueles processos do luto, sabe? E acho que não são só similares, mas realmente há uma correlação.
Acho que eu estou chegando no fim do texto, tinha mais uma coisa pra escrever sobre, mas acabei me perdendo de novo e acabei esquecendo, comportamento natural da minha pessoa haha. Eu usei muitas metáforas nesse texto, mas queria deixa um adendo pessoal, muitas vezes é possível se sentir assim mesmo rodeado de pessoas, aliás pra mim é o normal. Inclusive, tentar expor isso tentando dizer sem palavras, tentar até mesmo ser direto e falar sobre isso olhando no olho da pessoa e mesmo assim, ela não te ouvir ou não compreender efetivamente o que você está dizendo... Frustrante haha.
A última coisa que realmente queria escrever é que, a maioria das coisas não é fácil e muitas vezes a gente tem que fingir ser quem não é ou ser um robô (arô (sim, arô e não alô) Angelo da época farialimer, seu arrombado!) existem coisas que não aprendi como "deixar ir", e eu não sei se esse é o pedaço principal de quem realmente sou, ou não. Eu acho que, de longe, a principal coisa é amor. Eu nunca consegui deixar de amar pessoas que amei um dia, esse amor pode ter se transformado, mas ele está presente aqui comigo e isso me faz bem, por mais que não faça sentido (e esse é um dos principais motivos, além de que, eventualmente, a pessoa possa vir a precisar de mim (sim, eu minto pra caralho pra mim) que tento manter as pessoas em uma distância confortável pra mim, muitas vezes sem querer falar com elas, mas estou aqui. Enfim, minhas três palavras de sempre que, se eu quisesse ser enterrado seriam as da minha lápide (inclusive, já fica o adendo aqui, doem o que der pra doar desse corpo carnal e cremem o resto, o que eu quero que façam com a cinzas? Podem escolher à vontade), desculpe e obrigado.

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